Este blog foi criado no sentido de informar, fortalecer e incentivar a cultura do nosso município.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cordel e Poesias em Várzea do Poço


Várzea do Poço vem se destacando a cada dia na área cultural pela quantidade de artistas que tem no município. A Secretaria Municipal da Cultura vem fazendo  um trabalho interessante para o fortalecimento e reconhecimento desses artistas que representam um bem precioso para o nosso município, mas que muitas pessoas desconhecem que existem tantas obras de artistas Varzeapocenses.
Além dos cantores, compositores, artistas de teatro, bordadeiras, quituteiras, rezadeiras e outros, existem os escritores cordelistas e poetas que venho destacar neste artigo.
Pessoas mestres da escrita popular que colocam no papel histórias, sentimentos, paixão, emoção e o grande amor pela vida e por sua terra querida "Várzea do Poço".


Gildário da Rocha - COISAS DA VIDA(coletânia poetica publicada em 1985) 

CRIANÇA
portador de alegre esperança,
está no mundo a povoar,
Esbanjando muita banança,
Sem nunca se preocupar.

É uma fase passageira,
Deve-se aproveitar,
Mesmo que não se queira,
Temos de por ela passar.

Bola, carro e boneca,
São brinquedos de artifícios,,
As vezes joga peteca,
fazendo muito exercícios.

O maior egoismo do homem,
É mostrado na sua vingança,
Deixa a lembrança além,
Que um dia foi criança.
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Edgevândio Albuquerque -(em construção)
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Uéliton Almeida Araújo (Mosquito) - TANATOPOEMALGIA (1986)
MEIQUICE PUERIL ABANDONADA
Olhar terno, sorriso de criança,
Sem ironia
Melancolia
Alegria.
Pleonasmo nas favelas
Desnutrição
Ignorancia precoce
Felicidade alagada
Infelicidade congenita
Ódio Solidão
LIXO como LUXO
Pés no chão
(Cá fora há alguém que não acredita,
mas lá dentro, também, DEUS EXISTE)
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Antonio Alves de Souza Neto - VIDA PARTILHADA

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Edelmir Barreto Lima
Várzea do Poço

Terra adorada
De um povo ativo
Viril e justo
Idolatrada pelos teus filhos
De braços dados, pela escada
Que te eleva aos céus
Como estrela iluminada

Várzea do Poço
De emoções e corações
Vibrantes e livres
Teu povo canta
E encanta a tantos
Que te conhecem
Pela beleza de ser feliz
amante e leve

Piemontina
De outros encantos
Traz dentre te campos alegres
Que mostram o verde da esperança
De ver crescidos e destacados os filhos teus
Tal qual herois desta nação
Chamada Brasil.

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Ciomária Alves -Cordel

No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.

 A paixão de Ciomária pelo cordel já vem de alguns anos e fortacelida a dois anos atrás com o projeto Arte pela Educação na Bacia do Jacuípe, onde um dos módulos estudados foi Literatura de Cordel. Foi daí que essa arte aflorou mais ainda e comecei escrever cordeis em homenagen à Várzea do Poço e muitas pessoas que considero ter uma grande importancia para o nosso municipio a exemplo do Senhor Juvenal Cerqueira, e muitos outros afirma Ciomária Alves.




Várzea do Poço 50 anos de história

(01)

Há muito tempo atrás
Nas terras de uma fazenda
Que pertencia a um Senhor
 Por nome Joaquim Pemba
 Homem de muito valor
Que serviu de ferramenta

Ali tinha uma lagoa
Por Várzea conhecia
Não estava lá a toa
Uma historia se fazia
Que Várzea ia ficar
E trazer muita legria

Depois de algum tempo
Mais gente aqui chegou
Pra desbravar as terras
Que tanto o povo gostou
Parece que tinha mel
Aquele lugar de valor

Depois do desbravamento
Naquela localidade
Surge um pequeno poço
Inocente sem maldade
Sem saber que um dia
Ia ser nome dessa cidade

(2)

Desenrolando esse fato
Por causa desse poço
Que surgiu no embaraço
Na mesma fazenda do moço
E juntando várzea com poço
Ficou Várzea do Poço

A partir de então
As coisas foi acontecendo
Felipe Cassiano e Afranio
Terrenos foi cedendo
Assim a pequena vila
Foi logo aparecendo

A história dessa cidade
Tá na Praça principa
Falo com veracidade
Da Edvaldo Valoá
Foi feita primeira casa
E mais coisa nesse lugá


Quem tiver ouvido ouça
Pois agora vou relatá
Foi feita primeira bodega
A igrejinha ainda tá lá
E a famosa feira do pau
Com detalhe vou retratá
(3)
A idéia da feira surgiu
Todos tinham que saber
Então Juvenal Cerqueira
O problema foi resolver
Foi avisar o povo
Da feira que ia ter

Percorreu pelas fazendas
Por toda comunidade
Avisando da tal feira
Quera a grande novidade
Na sombra do calumbí
Daquela localidade

Por isso a feira do pau
Assim ficou conhecida
Fizeram na sexta feira
Foi uma grande partida
Pra quela comunidade
A feira era  divertida

E a vida continua
Num para por ai não
Tiveram mais uma idéia
Construíram um barracão
Bem no mei da praça
Quera a grande atração
(4)
Com o crescimento da fera
Surgiram as precisão
Comprar mais mercadoria
E trazer pro barracão
Então em 29
Surgi o primeiro caminhão

Por uma sociedade
Raimundo, Luiz, Dabê
Se juntaram com coragem
O carro poderam tê
Ajudando aquele povo
Sua vida desenvolvê

Nesta mesma década
Pensaro com precisão
De construir uma escola
Em prol da educação
As pro Enia e Crencina
Ensinaram com devoção

Mais tarde vei também
Muitos que contribuíram
Pró Benildes, Neu e outros
O analfabetismo baniram
E aqueles que aprenderam
Lembram dos mestres queridos
(5)
Mais um pouco pra frente
O mei de comunicação
No período de 42
Com mais uma cooperação
O alto-falante surgiu
Veja que evolução

Valdomiro Ramos
O grande locutor
Trazia muita’legria
Narrando com amor
Notícias e poesia
Era grande animador

O studio transformou
A vida daquele arraia
 Servia de salão
E as noite vei alegrá
E  nas famosa festa
Os artistas ia tocá

Nessas mesma animação
Muitos casal se formaram
Uns moravam junto
Outros só namoraram
Até  os encalhados
Suas vidas ajeitaram



















(6)
Surge o primeiro rádio
Ai foi um reboliço
Nos meados de 49
Acharam quera feitiço
Como pode sair voz
De dentro dum cortiço

Botaram o coitadinho
Num lugar bem  apertado
Não cabia todo povo
Que queria ver o rádio
Foi preciso arrumá
Por dia e horário

Depois de muitos dias
Sua bateria esgotava
Gastava quatro hora
Que os home ficava
Rodando uma roda
Cantando verso e toada

Lá na casa de farinha
Essa roda ficava
Num movimento imprimido
 Uma manivela ajudava
Com a força braçal
A carga retornava
(7)
Neste mesmo ano
Teve uma inauguração
Era a luz a motor
Ai foi uma comemoração
Com desfiles de rainha
E um grande arrastão

De outra pessoa
Não podemos esquecer
Tá na minha lista
Vou logo atender
O senhor João Motorista
Sua função vou proceder

Que acendia  e apagava
A luz do motor
Fazia brincadeiras
Era home de valo
Pra toda garotada
Senhora e senhor

Pra animar o arraial
No ano de 48
Fizeram o carnaval
No deposito de Ariosto
A alegria foi geral
Estampada em cada rosto
(8)
Pra quela vila modesta
Tentaram outro nome dá
Veio Nova Floresta
Esse não pode ficá
Depois vei Campo Alegre
Também trataro em mudá

Então por Várzea do Poço
A justiça vei autorizá
E com muita perseverança
E muitos que vieram ajudá
Várzea em 62
Veio se emancipar

Começa uma nova história
Pra o povo desse lugar
Logo veio farmácia
Padaria, mercado e bar
A vida daquela gente
Veio se modificar

Com isso passou o tempo
E muita coisa evoluiu
Muitos aqui chegaram
E outros também partiu
E com muitos governantes
Várzea se expandiu
(9)
Quero registrar
As professoras de coração
De Vera e Deograce
Cirênia e Aragão
Nêu e Zenaide Marques
Marcaram na educação

Hoje tem muitas escolas
Hospital pra saúde tratar
Várias secretarias
Pras coisas organizar
Tem muita gente sabida
Faculdades pra se especializar

As praças e ruas floridas
movimento pra todo lugar
O idoso tem assistência
O CRAS pode aprovar
E pra o jovem e criança
Tem Conselho Tutelar

Prás festas e animação
Já tem secretaria cultural
Com projetos e valorização
Pra o público em geral
junto com a Educação
Que é parceira especial
(10)
Vou falar agora
De um povo bem legal
Falo dos nossos artista
Com talentos genial
Violeiros, repentistas
Cantores em geral

O grupo de sambador
Canta e trás emoção
No canto fala tristeza
Alegria e tradição
Desperta mais beleza
Batendo os pés e as mão

O som da viola
Junto com o pandeiro
Uns ri outros chora
No batuque vem ligeiro
A cuia a tala explora
O som mais verdadeiro

A ONG COMHUC
Uma ação especial
Envolve crianças e jovens
Em projetos social
Desenvolve talentos
Na área musical
(11)

Pra nossa agricultura
E também mei ambiente
Tem secretaria
Com projetos envolvente
Fomenta a produção
aumenta renda da gente


Quero também lembrar
Desse falo sem engano
Onde tenho muito respeito
Falo do povo cigano
Que moram nessa cidade
Há mais de 40 ano

E pra finalizar
Deixo um aperto de mão
Pra todos vocês
Que também amam de coração
Nossa cidade linda
A mais linda da nação

E assim estamos seguindo
Foi bom relatar
Essa pequena história
Desse importante lugar
Que tenho tanto amor
E hoje quero homenagear.

Composição: Ciomária Rosa  Alves Barros (Arte-Educadora)

Obras escritas:Várzea do Poço
                       Juvenal Cerqueira Sampaio o homem que comandou Várzea do Poço por 20 anos
                       O Carnaval de Várzea do Poço
                       Cordel do Higiene
                       A Fera do Pau
                      






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